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Alentejo profundo.
'Ti Horácio percorria a planície com o seu burro quando o animal decide parar. Horácio irritado com o jumento, pergunta:
- 'Tão nã 'tá aqui uma moenga?! Andori! Vá, bicho! A andari!
Mas o bicho, nada. Nem para trás, nem para a frente. Parou no meio da estrada e não havia quem o arrancasse dali.
'Ti Horácio já furioso lamenta :
- Isto só a mim! Agora o burro não quer andari! Mas ainda falta tanto 'pa chegari à aldeia...qué 'quê faço à minha vidã? Olha já sê! Ali adianti tá a ofcina do 'Ti Chico. Se ele sabe arranjar carros, tamêin há-de saberi o que fazeri para pori o burro a andari!
E lá foi.
'Ti Horácio entra esbaforido na oficina do 'Ti Chico e conta-lhe o sucedido.
'Ti Chico ouve tudo com atenção e diz:
- Ó homein, vomecêi nã se rale que eu tenho aqui a solução. Tão aqui dois supositórios que vomecêi vai pôr no cu do burro. O primeiro éi de pimenta. Se mêmo assim ele nã andari, vomecêi enfia-lhe o segundo que éi de malaguêtã. Mas tenha cuidado que com esti o bicho podi acelarari demais!
E o Horácio lá foi disposto a cumprir os conselhos do 'Ti Chico.
Passados uns dias os dois encontram-se na aldeia e o 'Ti Chico pergunta:
- 'Tão Horácio? O burro andou ou nã andou?
E responde o Horácio:
- Ai não! Puta que pariu! Assim que que lhe enfiei o supositório de pimenta no cu saiu tã desimbestado que se não ponho o de malagueta no meu, nunca mais o apanhava!
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