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Ando desde o Natal às voltas com o novo livro do RAP.
Pego.
Largo.
Pego.
Largo.
Não que o livro não seja bom. Nada disso. Eu é que ando meio arredada da leitura e por isso este tem demorado mais.
Ora este sábado de manhã fui fazer um tratamento demorado ao hospital e pensei levar comigo o livro. Já que tinha de estar ali , ao menos que fosse em boa companhia. E assim foi. Tratamento iniciado, agarro - me ao livro e na página 122, encontro uma definição da minha pessoa. Como se fosse eu a descrever - me. Mas em bom. Em muito bom.
Diz Ricardo Araújo Pereira sobre si :
"(...) passei muito tempo com a minha avó, que não era, digamos, uma pessoa exuberantemente afectuosa. Sucede que, talvez por isso, eu também não sou uma pessoa exuberantemente afectuosa.Também não sou dado a beijos e abraços. Quando quero explicar a uma pessoa que gosto dela, tenho de recorrer a outros estratagemas. A minha avó cozinhava. Ou esperava por mim à janela. Eu digo coisas. Deu - me para isto. Faço tudo o que é importante com palavras, porque não sei fazer de outra maneira. Acho que foi isso que me atraiu na actividade de fazer rir as pessoas : trata - se de provocar uma convulsão física nos outros - mas sem lhes tocar. O Marquês de Sade gabava -se de produzir este e aquele efeito nas senhoras. Sim, mas a tocar também eu. Gostava de ver o Sr.Sade fazer com que alguém se contorcesse sem contacto físico. (...)"
E pronto. É isto.
Em poucas linhas RAP consegue desmontar toda a minha complexidade :
1- afinal não sou a ultima da espécie nem sou um cagalhão seco. Tenho é muitas coisas para dizer .
2- percebo finalmente porque é que vir aqui todos os dias dizer coisas se tornou tão importante para mim.
Se desse lado houve um levantar de sobrolho; um lábio que se elevou ou até, quiçá, uma lágrima no canto do olho, então significa que estou no bom caminho. A menos que sejam arraçados/as de cagalhão seco e também tenham de escrever coisas.Estejam à vontade. A caixa de comentários é já ali em baixo.
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