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Outono meu querido outono
Chegaste devagarinho
Continuas bi-polar
E isso irrita-me um 'cadinho
De manhã visto casaco
Há dias que levo botins
Está um frio do caralho
Aos gajos já gelam os tintins
À tarde a história é outra
Fica um calor dum cabrão
Anda tudo transpirado
E com ranho até ao chão
Anoitece bem mais cedo
Anda tudo numa lufa-lufa
Aparecem as castanhas
Mesmo boas p'rá bufa
De noite, já no sofá
O vento frio que nem aço
Fica montado o cenário
P'ra agasalhar o palhaço
Há quem antes, porém
Ao palhaço faça a folha
E prefira antes brincar
Com a cobra zarolha
Ao critério de quem lê
Fica como quer brincar
Nestas noites de outono
Que vieram para ficar
Lá diz o velho ditado
Proferido pelo sábio rei Herodes:
"conforma-te,minha menina,
quanto mais reclamas,mais te fodes!"
Dado que não há outro remédio
E atendendo à queda da folha
Em duas horas fiz um montinho
E na mão uma bonita bolha
Já com tudo limpo e pronto
Prepararava-me para a festa
Vem de lá o cabrão do vizinho
E espalhou-me tudo, a besta
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