Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]
Ó Corona , Corona *
Chegaste sem pré aviso
Instalaste o caos
E fodeste-nos o juízo
Isto da quarentena
Tem muito que se lhe diga
Depressa mostrou às 'ssoas
De que nada vale ser formiga
Confinada aqui em casa
Tenho de me entreter
Valha-me a 'ternet
P'ra vos continuar a moer
Nos dois primeiros dias
Até funcionou muito bem
Mas ao dia número três
Já mandava o gajo p'rá mãe
O espaço não abunda
Ao contrário das opiniões
E é esta a parte chata
De ter tempo p'ra coçar os colhões
P'rá teenager cá de casa
Pouca coisa mudou
Continua ligada aos gadgets
Onde o Corona não entrou
Vive na inocência
De que isto será breve
E eu não tenho coragem...
De lhe dizer que não deve
Prefiro deixá-la sonhar
Que depressa tudo vai ficar bem
Afinal é esse o meu dever
Enquanto for sua mãe
Estou cagada , confesso
Embora não queira mostrar...
O que farei à minha vida
Quando o papel acabar ?
Sempre posso lavar o cu
Com água fria e sabão
E fazer do bidé
Um amigo do coração
Até o remédio surgir
Tenho de ficar aqui fechada
E a qualidade do que escrevo
Há-de sair afetada
Por isso é melhor terminar
Esta Ode à quarentena
Mas antes fica o aviso
a essa ameaça invisível e pequena :
Apesar de ter medo
Nunca baixarei os braços
Se aqui conseguires chegar
Prepara-te p'ra falecer
Só com o cheiro dos sovacos!
E se pensas que és muito mau
E que a todos vais assustar
Atenta, meu menino
com o que vais ter de lidar :
Escolheste mal o alvo
Quando na nação'Tuga apostaste
Daqui ninguém abala
Sem primeiro te dar luta
Por isso podes ir andando,
Corona filho da puta !
E olha, meu covarde
que com os velhos se mete
Fica-te com um recado
Mandado p'la minha vizinha Odete :
* Aposto que estavam mesmo à espera que eu rimasse "Corona" com "cona", não era?
Tshhhhh. Tshhhhhh.
Conhecem-me tão mal...
Pequeno caso sério- 1
Leitoras/es previsíveis - 0
Escrito por esse génio do humor descoberto por alguns previligiados,ao quinto dia da sua quarentena.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.