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Querido diário,
aos vinte dias de isolamento social percebo que as portas da minha casa estão cada vez mais estreitas e que , sim senhor, é possível comunicar através de monossílabos ou grunhidos.
A paciência e a tolerância estão a ser postas à prova assim como a resiliência com que espero pela minha vez de ir à casa de banho. Somos três e a casa de banho é só uma. Só espero que os meus intestinos continuem a colaborar.
Daqui a poucos dias o meu pai fará anos e pela primeira vez não vou poder estar com ele. Numa altura que o isolamento social é imperativo, penso sempre se estarei mesmo a ser boa filha ao cumpri-lo como me mandam...
Tenho poupado imenso com esta coisa da quarentena: não gasto base, nem perfume, nem perco tempo a escolher o que vestir. A indumentária é sempre a mesma. Só variam as cores. E tudo roupinha que não precisa de ferro. Uma maravilha.
Há várias televisões cá em casa mas a mais disputada é a da sala. Muito filme com porradaria e tiros se tem visto nesta casa! Tudo coisas em consonância com a serenidade que se quer nesta época. Estou por tudo. Quando não gosto, ponho os auscultadores e vejo o que quero no telemóvel. Não vale a pena estar a criar mais atritos certo? Certo. Mas não prometo que dure muito! De qualquer forma, o que conta é o esforço, não é ?
Amanhã, em circunstâncias normais, seria dia de ir à esteticista.
Tenho pensado muito nela...
Nada como o isolamento para nos dar a visão nítida das pessoas que fazem realmente falta nas nossas vidas:
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