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Ponto prévio : a traseira do meu prédio fica virada para o mato . Repito, virada para o mato...onde só existem árvores, "plantas" e poias de cão secas de malta que lá vai passear os Bobis.
Cinco da tarde.
Chego da visita semanal que faço com a gajinha aos meus pais.
Entro na rampa de acesso para a garagem que fica nas traseiras do prédio.
Vejo um homem atrás de um dos postes com a gaita na mão. Debaixo dos pés tinha um pequeno lago.
Fico incrédula com o que vejo e assim de repente, o facto dele pegar no cigarro que levou à boca com a mesma mão que agarrou e sacudiu a gaita, pareceu-me irrelevante.
Ele percebe que nós vimos , sacode e recolhe a gaita .
Baixo o vidro do carro.
Digo-lhe "Boa tarde".
Ele responde "Boa tarde". (mijão sim, mas educado).
Pergunto se "estava a fazer chichi para o poste".
Ele responde um natural "Sim".
Pergunto se "acha bem o que estava a fazer".
Ele responde qualquer coisa como "jrehivuhtivutrnuthnutrvhninv emergência".
Pergunto se não podia ter feito a "emergência" no mato que estava ali mesmo ao lado.
Responde " jhntriybenybhfjgkshrghsrhghdhg emergência" .
Fico sem perceber se estava bêbado, drogado ou as duas.
Devolvo-lhe um indignado , enojado e volumoso "SIN-CE-RA-MEN-TE !".
Ele olha para mim e dá um sorriso alarve, como quem diz, "sacava aqui de uma naifa abria-vos ao meio e ninguém dava por nada" ou então "fodo-te o carro com um pontapé 'tarda nada".
Não optou por nenhuma das duas anteriores e seguiu o seu caminho como se nada fosse.
E eu?
Eu entrei na garagem, arrumei o carro e depois,
Se de manhã me dissessem que ia acabar o dia a baldear água numa poça de mijo de um estranho, nunca acreditaria.
2021 a ser 2021.
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