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Ano dois mil e vinte e um.
Parecia uma coisa tão longínqua e cinematográfica aos olhos de uma criança de cinco anos para quem a série "Espaço 1999" já excedia todos os números capazes de caber neste mundo.
A criança feliz, tão feliz, sempre rodeada de amor, família, rua, brinquedos, livros e música. Partilho convosco uma das minhas fotos favoritas, tirada em plena festa de aniversário dos meus 4 anos. Ali estava eu, rodeada de amor, fascinada com um livro que tinha acabado de receber. Atentai na pose adulta e séria. Enganava bem, pois era? E foi com a carinha que está ao centro capaz de rebentar a escala da fofinhice, que levei muita água ao meu moinho.
A criança curiosa, expansiva, traquina e muito obstinada a quem ninguém conseguia demover uma ideia que se lhe metesse na cabeça.
A criança que cedo percebeu o valor de um abraço e por isso nunca os deu gratuitamente. Tal como os beijos, sempre muito bem doseados, tesouros entregues apenas aos especiais.
A criança que fazia os maiores disparates que possam imaginar tornando-se num verdadeiro "Pequeno caso sério" bem conhecido do meio hospitalar da sua área de residência.
A criança que ainda mora em mim.
A criança que faz hoje, no ano de dois mil e vinte e um, 48 anos.
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