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Diário de uma quarentona em quarentena#3

por Pequeno caso sério, em 30.04.20

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Querido diário, 

quarenta e seis dias volvidos de isolamento social e de teletrabalho tenho aprendido muitas coisas sobre mim própria e sobre os outros.

Descobri , por exemplo, que sou mais tolerante à dor do que pensava.

E que o "voyerismo" ainda se pratica sobretudo se se tiver por perto uma mangueira para regar as plantas. Desde que esteja aberta.

Constatei isto tudo quando, numa tarde de sábado, tive a brilhante ideia de me por ao Sol na Varanda.

Durante a exposição solar achei que era boa ideia levantar as calças do fato de treino que vai parar ao lixo mal acabe esta merda toda até ao joelho para ganhar uma corzinha.

Percebi que a teoria de que descendemos dos animais se confirma mas não acertou no animal. Eu não descendo do macaco, mas sim do porco. Rosadinha, gorda e com mais pêlos nas pernas do que um bocado de toucinho.

Primeiro pensei em chamuscá-los com um isqueiro mas confesso que o cheiro me incomodou um bocadinho. Não que tivesse tentado. Contaram-me.

Depois, tive uma ideia melhor. Fui buscar uma pinça e decidi tirar os pêlos um por um. Fiquei na varanda umas boas duas horas e não tirei nem metade. Não apanhei bronze nenhum mas ganhei uma dor nas costas bestial . Ah, e também fiquei com as pernas todas malhadas pois onde consegui tirar a pelanga ia ficando uma mancha vermelha. A sensação é igual à de estar no deserto num dia de vento a levar com areia fininha pelas trombas. Mas sem os camelos.

Por falar em camelos, o vizinho da casa em frente à minha presenciou o início do espetáculo à borla. Quando dei conta decidi acabar-lhe com a alegria . Se me fui embora? Nã. Fiz pior. Virei-me de costas para ele. Quer espetáculo, pague. Não há guita? Não há palhaços. 

Quando já não aguentava com as costas e me consegui levantar , fui para dentro beber um galão e comer umas bolachinhas.

Sinceramente não percebo porque é que as pessoas passam a vida a reclamar e se entediam tanto por estarem fechadas em casa...

Há montes de coisas giras que podemos fazer para nos mantermos mentalmente sãos:

 

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Mnemónica pós confinamento

por Pequeno caso sério, em 29.04.20

Parece que afinal sempre vem por aí uma soltura controlada (ahahahahhahahahhahahah) do confinamento. 

Economicamente percebo.

Humanamente temo pelo que aí vem. 

Acho demasiado cedo e se as pessoas que não cumprem são menos do que as que cumprem, bastam poucas para lixar isto tudo. E toda a gente sabe que as recaídas custam muito mais.

Ficar fechada em casa durante dois meses foi mau mas se depois de me apanhar na rua me pedem para voltar a ficar fechada, não respondo por mim !

 

 

Como acredito que a maioria de nós também não quer isso mas que muitos ainda se esquecem das regras básicas de segurança , decidi aprofundar o estudo sobre o assunto.

E o que é que descobri? Duas mnemónicas muito úteis para os tempos que aí vêm . Estão é em inglês. Toda a gente sabe que os estudiosos falam inglês ou xnês. Como deduzi  que vocês de mandarim não percebam um pirete, optei pelo inglês.

 

Primeiro, evitam os homens:

 

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Depois, seguem as gajas:

 

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Agora é só imprimir e distribuir pelos mais retardados necessitados. Podem começar pela caixa do correio da vizinhança.

Sou ou não sou uma jóia de moça? Eu sei que sim. E modesta também.

 

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Moda verão 2020

por Pequeno caso sério, em 28.04.20

Com o levantamento do estado de emergência e de algumas restrições a pairar no ar, já quase que sinto muita menina sedenta por ir comprar uns trapinhos ao vivo e a cores : 

 

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Mas Pequeno caso sério, muito à frente no seu tempo, revela em primeira mão aquela que será a grande tendência para o verão de 2020 e sem ter de gastar uma fortuna. 

Tudo o que vão precisar é:

umas Havaianas ;

umas luvas;

paciência e muita calma.

 

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Paciência para conseguir calçar as luvas.

E calma para as conseguir tirar sem estragar. 

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Ensino à distância:toda a verdade...ade...ade...ade...

por Pequeno caso sério, em 27.04.20

Muito se tem escrito sobre o tema.

Uns acham bem e elogiam a rapidez com que o governo agiu com a solução (?) Telescola  #Estudoemcasa.

Outros, acham mal e criticam desde a forma física à maneira de falar e de agir dos professores que,sabe Deus em que circunstâncias,deram o corpo às balas nos estúdios de televisão.  

Como sempre Pequeno caso sério põe o dedo na ferida. Decobre a careca.Põe tudo a nu...e revela os dois problemas que são os maiores entraves ao sucesso deste plano.

 

A primeira verdade que Pequeno caso sério quer mostrar sobre o ensino à distância, é esta:

 

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 E a segunda, é esta: 

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E embora se desvalorize, a segunda imagem é sinónimo do que se vive numa assustadora porcentagem dos lares portugueses em pleno século XXI.

 

 

Triste Moral da história:

Quem tem os meios, não tem vontade. Quem tem vontade, não tem meios.

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Então, Pequeno caso sério...

por Pequeno caso sério, em 24.04.20

...como vai o nível de sanidade mental agora que já levas 41 dias de quarentena voluntária de onde só saiste duas vezes por motivos de força maior? - perguntam vocês com aquele ar de vizinha Odete cheia de calos nos cotovelos devido ao número de horas que passa no parapeito da janela , mesmo antes de  haver Covides.

 

E eu respondo:

 

-Tudo bem, 'migas! Acho que o facto de estar em teletrabalho tem ajudado ...

 

...a não me desleixar no aspeto...

 

 

... a manter-me produtiva e não elouquecer... tirando aquele dia em que o computador deu o peido-mestre e tive de sair para comprar outro ...

 

 

...a descobrir que até me posso divertir  na cozinha...

 

 

... e mais importante que tudo, a não deixar morrer o meu sentido de humor com coisas altamente inteligentes e a que mais ninguém consegue achar graça, vá-se lá saber porquê ...

 

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Tudo normal, portanto.

 

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Pãodemia

por Pequeno caso sério, em 23.04.20

-Então Pequeno caso sério, não aderiste à moda de fazer pão?- perguntam vocês assim logo à bruta sem sequer cumprimentar as 'ssoas, suas malcriadonas.

 

 

E eu respondo:

 

- Bom dia . Não, não aderi a essa moda de merda de fazer pão em casa porque estou em teletrabalho e tenho mais que fazer . Mas, se tivesse aderido, com o jeitinho que tenho para a cozinha aliado ao humor de cão que por aqui anda, aposto que sairia qualquer coisa deste género:

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Cada um nasce com o seu dom :uns fazem maravilhas na cozinha , outros eu escrevem e fazem merda.

 

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Vós, gajedo que tendes as mamas penduradas há um mês derivades de estardes em quarentena, pois toda a gaja sabe que as mamas gostam de deslargar o espartilho sempre que podem,

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saberdes por acaso, o que significa o abecedário que aparece nas etiquetas dos sutiens ?

Não saberdes, pois não?

Já calculava. Se vocês antes do Covides já eram 'ssoas pouco chegadas à sabedoria, agora então, é melhor nem pensar.

 

Como sempre, Pequeno caso sério, boa samaritana, aqui está para vos elucidar sobre o significado das letras das copas: 

 

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E pronto.

Vão lá fazer a vossa encomenda online que não quero cá ninguém de mamas até aos joelhos. Blhéc.

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Na farmácia também se ri.

por Pequeno caso sério, em 21.04.20

Odete e Cremilde, vizinhas há uma vida, fechadas em casa, mantêm o contacto naquele sítio onde passam grande parte da vida :à janela.

 

 

- ´Tão Odete, tás bem melher?

 

- Nem por isso...

 

 

- ´Tão? Não te deixes ir abaixo melher...isto há-de passar...'Tás com sódades de ter a casa cheia?

 

- Achas? Se há coisa boa c'o virus trouxe foi ter folga da trabalheira que era ter a casa sempre cheia principalmente aos almoços e jantares.'Tava fartinha de lavar loiça e carregar sacos do supermercado!

 

- ´Tão é o quê? 'Tou-te a achar munte murcha...

 

- Dói-me a cabeça...

 

- Já tomastes um comprimide?

 

- Não tenho! O mê Zei tomou o ultimo e não me avisou...fiquei descalça...e não queria ir à farmácia buscar...tenhe mede do Covides!

 

- Ó melher, não seja por 'inse...escreve lá num papel o que queres que eu dou ao meu filho e ele vai lá buscar.

 

- Eh pá ...obrigade! 

 

 

Odete foi 'pa dentro e escreveu num papel o nome do medicamento para as dores de cabeça.

O mitra pequeno, filho de Cremilde, vai à farmácia e entrega o papel ao farmacêutico.

O farmacêutico solta uma gargalhada que se ouve na farmácia toda.

O chefe, intrigado, decide ver o que se passa.

Espreita para o papel e, rendendo-se às evidências,dá também uma gargalhada:

 

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#Estudaemcasa

#Nuncaétardeparaprender

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Online ou Offline?

por Pequeno caso sério, em 20.04.20

Muito se tem dito sobre a maneira como a escola tem chegado aos miúdos... e como não podia deixar de ser, Pequeno caso sério também tem umas postas de pescada para mandar.

Álaver. 

Que os miúdos não devem ficar meses sem contacto com a escola já toda a gente percebeu. Se eles com um mês de férias regressam sabe Deus como, se ficassem meses sem pegar em nada havia de ser bonito.

É preciso sublinhar que antes que o (des)governo legislasse fosse o que fosse , os professores, esses calões que não fazem nenhum e passam a vida a fazer greves, arregaçaram as mangas e começaram a fazer o que podiam como sabiam para chegar aos miúdos.

Apesar da intenção ter sido a melhor, esse foi o primeiro erro. Porquê? Porque toda a gente sabe que quando se dá uma unha, a seguir o dedo já não chega, querem logo o braço. 

E desta vez não foi exceção. 

Agora, a maior parte das escolas deste país está a funcionar de forma remota para crianças numa faixa etária que vai dos 7 aos 18 anos e em contextos tão díspares que, contado, até custaria a acreditar. Aqui, tal como no Covides, desconfio muito dos número divulgados sobre quem tem acesso à rede.  

Se até consigo vislumbrar a exequibilidade disto com miúdos mais velhos, confesso que com os pequeninos me faz imensa confusão. 

Agora pergunto: 

Já perderam tempo a ler sobre o que alguns adolescentes têm feito com estas "aulas on line" ? Não? Deviam. 

Há de tudo. E quando digo, tudo, é mesmo tudo. Percam um bocadinho do vosso tempo e leiam sobre o assunto.

Se me surpreendeu?

Sinceramente, não. 

Os alunos continuam a ter exatamente o mesmo tipo de comportamento que tinham nas aulas, só que agora, também eles, tiveram de se reinventar. 

 

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Li por aí uma coisa que resume exatamente aquilo que penso sobre este assunto:  

..."A tormenta em que muitas escolas se encontram é o resultado de um grande afastamento não da tecnologia mas da formação de modelos pedagógicos que naturalmente incluem tecnologia e que naturalmente levam o seu tempo e fazem-se com planeamento de pontes antes de correr para precipício"...

 

O curioso é que nunca ninguém se tenha lembrado de perguntar aos professores se, pelo menos, "sabiam nadar" . Ou se as "bóias" que tinham em casa (assumindo que as tinham) estavam em condições de "salvar" alguém. 

 

É que a mim não me restam grandes dúvidas que no final disto tudo serão eles, para não variar, os "responsáveis" pelos que "derem à costa a boiar". Vai uma aposta?

 

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Questões fraturantes em tempos de quarentena

por Pequeno caso sério, em 17.04.20

Isto de estar fechada em casa a acumular tarefas domésticas com teletrabalho é muito bonito de dizer (´tão não é?!)  mas fazer, já são outros quinhentos. 

Sinto-me um bocadinho como aquela personagem criada pela GRANDE Ivone Silva, a Olívia patroa e Olívia empregada de que já falei aqui no blog corria o ano de 2016.

 

No outro dia estava a Olívia empregada a pôr a loiça na máquina quando a Olívia patroa lhe diz:

 

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Ouça lá, então você mete os talheres na máquina virados para cima?

 

- Meto , minha senhora...

 

-Então você não sabe que isso é uma grande porcaria?

 

-Porcaria porquê?

 

- Porque ao tirá-los da máquina vai pôr as mãos no sítio que toca na comida!

 

- Então...mas para ficarem bem lavados tem de ser assim!

 

- Mas que grande disparate! Virados para baixo é que eles ficam bem lavados! Então você acha que os cestos dos talheres são furados porquê?! Além disso ainda há o perigo de se cortar ao tirá-los para os arrumar! Depois não se venha cá queixar que tem de ir para a baixa!

 

-Isso só acontece a quem não tem prática, minha senhora! tipo tu, minha porca, que só sabes é mandar.

 

- Mas eu é que lhe pago e portanto , a partir de hoje , já não volta a fazer isso , ouviu?

 

- A senhora é que manda! 'tá bem 'tá ó puta! Vira lá as costas qu'eu faço como eu quiser! 

 

 

 

 

Maneiras que é isto e preciso da vossa ajuda.

Aláver quem é que tem razão : a Olívia patroa ou a Olívia empregada?

 

 

Tenho de me chatear com uma das duas mas não sei com qual...

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