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Dia dos finados

por Pequeno caso sério, em 02.11.16

Dia dos finados é sinónimo de romaria aos cemitérios.

Digo isto não porque vá lá muitas vezes (porque não vou) mas porque passo todos os dias relativamente perto de um grande cemitério quando vou para o trabalho e nunca, repito nunca, durante o resto dos dias do ano vejo o movimento que vi hoje. 

Não gosto de funerais pela mesma razão que não gosto de cemitérios : salvo raras exceções, soa-me a cinismo.

Durante muitos dias do ano as campas ficam ao abandono mas hoje, dia dos finados, os cemitérios parecem um enorme jardim florido. 

Ganham as floristas (que vendem a dobrar), ganham os hipers e retails que vendem as tradicionais flores de plástico e ganham os " jornalistas "(porque têm "reportagens" para fazer).

 

Se acho mal as pessoas deslocarem-se ao cemitério ? Acho. Mas é a minha opinião. Respeito as outras mas não concordo com elas.

A meu ver, os cemitérios são um prolongar do sofrimento.

A campa.

A obrigação de ter de se lá ir.

O negócio que se gera à volta da morte é uma coisa que me revolve as entranhas.

 

Quis o destino que tivesse de lidar a morte demasiado cedo. Tinha eu 16 anos e o Miguel - o meu Miguel- 15. Só fui ao cemitério nesse dia mas quase todos os dias me lembro dele. Aquela morte repentina e a maneira com que tivemos de lidar com ela , moldou a minha maneira de pensar sobre muitas coisas .

 

As pessoas evitam falar sobre a morte. Acho honestamente que não devia ser assim. 

Cá em casa (na minha e na dos meus pais) já estão avisados : se eu for antes deles não quero ser enterrada . Se o fizerem já avisei que volto cá para puxar o pé a toda a gente quando estiverem a dormir ! (Nada como um bom cagaço para fazer valer a nossa vontade.)

Quero ir para o "churrasquinho" e gostava que as cinzas fossem largadas em dois sítios específicos : metade no meu rio  e a outra metade na minha serra. E pronto. Acaba tudo ali. Ficarão apenas as memórias. As boas e as más. 

Sem campas.

Sem flores.

Sem visitas obrigatórias no dia dos finados.

Porque quando tudo acabar não serei mais que pó espalhado ao vento. 

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Ai o Halloween, o halloween...

por Pequeno caso sério, em 01.11.16

Pois que queria já ter falado disto antes de acontecer mas não consegui.

 

"E não conseguiste porquê, Pequeno caso sério?"-perguntam vocês com esse ar  xoninhas.

 

Olhem ,não consegui porque acho todo o conceito uma autêntica merda. A saber:

 

- ideia mais parva de mascarar os moços pequenos tudo de igual com as merdas dos fatos do chenês/ hipermercado mais próximo,de vampiros , múmias e bruxas . Se querem um disfarce verdadeiramente original façam a coisa como deve ser. Garanto que mais ninguém leva igual: 

2016-10-31 23.24.15.png

 

 

 

- depois temos o nome aportuguesado para a coisa: Dia das bruxas! Queria eu ter a sorte de lidar com bruxas apenas um dia por ano...

 

- como se tudo isto não bastasse , mandam os moços bater à porta de uma 'ssoa ,como se tivessem espasmos nos dedos das mãos que os obriga a tocar na puta da campainha de forma insistente,  várias vezes por noite , enquanto berram  "Doçura ou travessuraaaaaaaaaaaaaaaa".  

'Pó caralho moços dum cabrão!!! Dasssss...uma 'ssoa aqui a querer escrever o post e eles nisto!  

 

Mas , vistas bem as coisas ,o Halloween tem um lado positivo :  não há maneira melhor de nos livrarmos dos 356 pacotes de ovos de Páscoa, bombons e chocolates que estão armazenados na despensa há meses. Assim como assim já devem a estar a passar de prazo e vão dar aos cabrões dos moços uma valente caganeira.

 

Acho que fica bem explícito o meu apreço por esta data , certo?

Este ano já não vou a tempo , mas acham que se para o ano deixar esta abóbora como boas-vindas aos cabrões dos moços , eles me desamparam a loja?!

2016-10-31 22.59.29.png

 

(Não...dentro da abóbora não está um biscoito. É mesmo um cagalhão.)

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