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...talvez não seja boa ideia pôr nomes aos filhos que tenham a letra R sob pena de darem azo a situações como a que vou descrever. Carlota, Maria do Carmo e Margarida, neste caso, não foram uma boa escolha .
No regresso de uma viagem que fiz nas férias de verão , tive a sorte de apanhar uma famíla de pseudo betas sentadas no banco atrás do meu. Até aqui tudo normal dentro do que é normal numa família de pseudo betos.
Fui contemplada com a audição do segunte diálogo entre a mãe e as três filhas (todas trocavam o R pelo G . Devia ser uma cena genética.) Tive de fazer um esforço ENORME para não me desmanchar ali a rir à gargalhada. A leitura não é fácil mas vale a pena.Ora atentem nesta maravilha:
filha 1- Ó mãe...quego uma bolacha!
mãe- Agoga não pode segue...tem de espegague pogueque o avião vai descolague !
filha 1- Ó mãe mas eu queguia mesmo uma bolacha da Minnie...
mãe- Ó Maguia do Cagmo, pogue amogue de Deus ...agoga vai-me fazegue andague de gabo paga o ague à pgocuga do gaio da bolacha da Minnie?! Coma esta de chocolate que também é boa!
(breve silêncio)
filha 2- Mãe...tem aí guebuçados?
mãe- Ai pogue favogue...não me deixam sossegague!!! Tome lá um cagamelo que tinha aqui no bolso! Olhe Maguegaguida, podia ega ajudague a sua iguemã a esquevegue um postal paga a avó a contague como foram as féguias...ela ia adogague!
filha 2- Boa idéia mãe. Cargueminho, tu ditas e eu esqueguevo está bem?
filha 1- Sim, pode segue . Vou começague: Queguida avó, as féguias já acabagam mas fogam muito diveguetidas. Quando estiveguemos juntas conto-lhe tudo !
filha 2- Ó Cagueminho, agoga falta assinagues o teu nome.Deixa que eu faço pogue ti...
mãe- Maguegaguida, deixe a sua igmã assinague pogueque ela já sabe fazegue o nome.
Nisto a filha nº 3 ,que eu aguardava em pulgas que abrisse a boca para a ouvir falar ,diz assim:
filha 3- Cagueminho, sabes o que ficava aí mesmo gigo?
filha 1- Não Caguelota...ega o quê?
filha 3- Um desenho Cagueminho ! Podias desenhague uma das Gôndolas que vimos!
Mãe- Oga aí está uma bela ideia Caguelota! A avó vai adogague o pguesente!
E o pai? -perguntam vocês.
Pois , o pai não abriu a boca a viagem t-o-d-a ! Devo confessar que o coitado também não teve hipótese pois as gralhas não se calaram ! Mas que fiquei com curiosidade de o ouvir, lá isso fiquei ! Uma coisa é certa : o homem não ganha para a tegapia da fala !
Mas porque raio me lembrei disto hoje? Porque enquanto ouvia a música do Dengaz com o António Zambujo "Nada errado", só imaginava a pseudo beta mãe a cantá-la ...Toda a música cantada com os R trocados pelos G é de chorar a rir Aqui fica o refrão só para abrir o apetite:
aaaaahhh
Não tava nada egado
Agoga acogda ao meu lado
Minha patguicinha
Melhogue coisa do mundo
Pogueque ela adoga o vagabundo
E pronto, era isto . (Tenho demasiado tempo livre, eu sei.)
A mulher era linda...
A mulher parece que se entregou a uma cabeleireira de 5ª categoria ou que foi comprar água oxigenada ao pingo doce e tratou disso sozinha uma traveca mal esgalhada com um sobrelhame de fugir.
(Agora percebo a fotografia que postou na véspera com os burros...)
Irina , filha, não havia nexexidadeeee
(sou só eu que acha que ela assim fica "arraçada" de Carlos Costa? )
Eu sei que os homens do lixo têm um trabalho desagradável.
Eu sei que têm tanto que fazer que nem se lembram que há gente a dormir...mas há . (ou pelo menos a tentar!)
Tinha tanto para dizer sobre isto...mas o Bruno Nogueira fá-lo tão melhor que eu! É que é mesmo isto!!!
Vai na volta o homem do lixo dele é o mesmo que o meu!
Sempre houve diferença entre "ricos" e "pobres" até na mais comezinha das coisas. Algumas delas tiram-me do sério a começar pela (auto) denominação.
Do que aqui falo é do pseudo-riquismo que se instalou entre algumas pessoas e que as faz cair no ridículo de protagonizar algumas das situações que abaixo descrevo (são a regra...mas felizmente há exceções)
Pronto, agora que esclarecemos isto , sentem-se confortavelmente porque a coisa promete :
O nome dos filhos:
No meio da criançada é fácil distinguir o filho do rico do filho do pobre por causa do nome. O nome da criança rica enche toda uma boca quando se chama. Normalmente é um nome propicio a que a mãe rica (ou a criadagem) faça toda uma bocarra virada para baixo da qual sai um som nasalado, qual ovelha a balir.
Agora imaginem chamar um Bernaaaaaardo; um Gustaaaaavo; uma Constaaaaança; uma Carlooooota...
Já o pobre que tem de economizar em tudo, começa logo pelo nome dos filhos e despacha a coisa : ó Zéiiiii ; anda cá Cáaaaaaatia; ó Joãaaaaooo; Chiiiiiiiico tás aqui tás a comer ; Sheila filha anda cá à mãe...
Ainda no capítulo dos filhos, o rico trata o filho por você e raramente lhes toca ; já o pobre trata o filho por tu e "toque" é coisa que não falta!
Depois há toooooooda uma lista de expressões aplicadas a ricos e pobres,ou então quando se quer dizer a mesma merda coisa de forma mais polida . A saber:
O pobre tem piolhos , o rico tem pediculose;
O pobre é ladrão , o rico é cleptomaníaco;
O pobre tem ranho nas ventas , o rico tem muco nasal;
A pobre tem as unhas grandes e sujas , a rica tem extensões ;
A pobre tem bigode , a rica tem buço;
A pobre (quando) tira os pelos usa gilette ,a rica faz depilação a laser;
A pobre tem as mamas pelos joelhos,a rica tem as mama no pescoço ;
A pobre (quando) usa nívea , a rica usa la mer ;
A pobre grita , a rica eleva a voz;
O pobre dá peidos , o rico sofre de flatulência;
O pobre tem macacos no nariz , o rico tem fleumas;
O pobre tem dentes podres , o rico tem cáries;
O pobre é bêbado , o rico é alcoólico;
O pobre cheira mal da boca , o rico sofre de halitose ;
O pobre tem remelas, o rico tem secreções oculares;
O pobre cheira a chulé , o rico sofre de podobromidrose;
O pobre é burro , o rico tem dificuldades de aprendizagem;
(...)
Estas foram só algumas que me lembrei assim de repente mas tenho a certeza de que há mais...muitas mais! Se quiserem partilhem algumas
Mas o que é isto? Passou-se...de vez!
Madonna filha , não havia nexexidadeeee...
A mala da gaja é todo um universo. Cabe lá tudo e mais um par de botas.
Ele é o telemóvel ; a carteira; a bolsa dos documentos; as chaves de casa; as chaves do carro;o perfume; a bolsa dos cosméticos e respetivo espelho;a caixa dos óculos de sol;a caixa dos óculos "de ver"; os lenços de papel; mais a bolsinha com comprimidos/pensos/tampões just in case; o batom do cieiro; uma caneta e uma escova ( e isto é o básico)
Se falarmos de uma recém mamã então minhas amigas...é todo um outro campeonato!
A mala da gaja diz muito de quem a possui. Basta olhar com atenção e vão ver que estou certa.
Por norma a gaja não gosta de por a sua mala no chão e d-e-t-e-s-t-a que alguém o faça.
A gaja tem estima pela sua mala e amua quando não entendem isso.
O gajo refila com o peso da mala da gaja , não entende para que é preciso tanta coisa e pior, para que é que a gaja precisa de tantas malas!
A gaja acha que o gajo devia desistir...é uma batalha que NÃO vai ganhar.
O gajo acaba por se render às evidências, cala-se e lá vivem felizes e contentes durante mais uns dias. Tempo suficiente para a gaja se embeiçar por uma mala nova e começar tudo outra vez !
Ultimo aviso aos gajos:
NUNCA mexam na mala da gaja ! Depois não digam que não avisei !
P.S- desconfio que esta minha pancada por malas teve o dedo do Sport Billy...
(A conversa passa-se dentro do carro. Levava uma amiguinha nossa a casa,na altura com 7 anos. Falávamos ,para variar, da escola)
Eu- Então , como vai a escolinha?
Ela- Vai bem. A turma é um bocadinho barulhenta.
Eu- Ai sim? Mas tu não, pois não?
Ela- Eu não! Eu porto-me bem!
Eu- E a turma tem mais meninos ou meninas?
Ela- Meninos! (com um ar todo satisfeito)
Eu- Eh pá...isso é muito bom ...assim tens mais namorados por onde escolher! Então e olha lá , gostas dos professores?
Ela- Sim gosto de todos: da professora da turma, da professora de inglês, da professora de música...(silêncio)...mas de quem gosto mais é do professor de ginástica (silêncio)........é novinho (suspiro)...........e é giro!
Eu- Ai é? Faço ideia sua marota, chamas-lhe um figo não?
Ela- Não, não. Chama-se Gonçalo.
Para quem já precisou delas, sabe o jeito que dão.
Falo das muletas físicas (aquelas que nos ajudam a andar sem pôr o pé no chão) e das virtuais.
Muletas virtuais? (as coisas que esta mulher se lembra...)
Sim. Muletas virtuais. Aquelas que nos ajudam a sair do sítio onde estamos mesmo que não nos consigamos mexer . Aquelas que nos ajudam a passar o tempo que por vezes passa de frenético a demasiadamente lento.
Quando alguém tem um blog que vai alimentando nunca imagina quem pode estar do outro lado. Acredito que muita gente comece pelo desafio de ter uma espécie de diário virtual. Às vezes a coisa pega e , de vez em quando, lá aparece alguém a espreitar (que depois recomenda a outro alguém e a coisa dá-se).
Mas de facto nunca sabemos quem está do outro lado e , a menos que nos escrevam digam, nunca vamos saber se aquilo que escrevemos chegou ao outro lado com a mesma intenção com que escrevemos.
Esta coisa dos blogs não é assim tão descomprometida como pensamos. Às vezes, sem nos darmos conta, conseguimos fazer o dia de alguém melhor apenas com uma palermice que se escreveu. Outras vezes conseguimos acender a indignação e começar autênticos debates virtuais . Outras ainda , conseguimos associar o que lemos a coisas que já aconteceram connosco. Não importa. O que interessa é que , desse lado, se fique com vontade de voltar porque de facto, se sentiu alguma coisa.
Antes de ter sido obrigada pela vida a parar, já fazia parte da minha rotina de fim de dia cuscar aquela meia dúzia de blogs. Que bem que me sabia aquele bocadinho!
Entretanto, o uso das muletas reais fez com que esse bocadinho passasse a ocupar uma grande parte dos meus dias . Assim, sem sair do sítio onde me encontro, vou sabendo das novidades, dando umas gargalhadas,lendo coisas que parece que se passaram comigo...e os dias vão passando e ficando menos penosos.
Apesar de saber que as muletas (reais) um dia hão-de ficar arrumadas a um canto,as outras, as virtuais, hão-de acompanhar-me por muito tempo porque essas,ao contrário das outras, não me importo de as usar. Todos os dias.
A conversa passa-se no balcão da pastelaria que frequento diariamente:
cliente- Era um chá faxavor!
funcionária- E o chá é de?
cliente- Pode ser de qualquer coisa...
funcionária- Pode ser de tília?
cliente- Tília não! Não gosto! Não tens outro?
funcionária- Tenho...mas como disse que podia ser um qualquer...
cliente- Vá avia-te que não tenho o dia todo!
funcionária- Pode ser de Lúcia-lima?
cliente- Ó pá , já te disse que pode ser de qualquer coisa, chata!
A funcionária vira costas, prepara o chá e coloca-o em cima do balcão dizendo:
-Tome cuidado porque está quente!
cliente- (metendo a chávena à boca) Porra!!!! Isto está mesmo quente!!!!
funcionária-Quer uma pedrinha de gelo para pôr no chá? Assim arrefece mais rápido...
cliente-'Tás parva?! Cá agora, gelo!!! Se ponho gelo o chá fica aguado!!!
Numa altura em que tínhamos a rua como companhia era difícil captar a nossa atenção para outra coisa . Jogávamos a tudo e mais alguma coisa e, através das brincadeiras, aprendíamos lições para a vida (alegria; tristeza; frustração; batota; maldade ;simpatia; companheirismo...).
Cresci acompanhada dos livros de "quadradinhos". Tinha quilos deles que trocava com os amigos e familiares para ter sempre novidades para ler. Mais tarde vieram "os cinco" e "Uma aventura" e toda a minha vida estive sempre rodeada de livros.
Outra grande companhia era a televisão. Mais concretamente os desenhos animados. Se não estava na rua nem a ler, estaria com certeza ligada aos desenhos animados. O que eu gostava de ver os desenhos animados! Só me zangava um bocadinho quando o Sr. Vasco Granja apresentava aqueles desenhos animados polacos...porque eu gostava era da Pantera cor de rosa e dos clássicos:Tom e Jerry; Donald; Mickey;Pateta...).
A abelha Maia ; o Calimero ; a Heidi; o Marco; o Tom Sawyer; o Popeye; os Marretas e (bem mais tarde) os Simpsons fizeram parte dos meus dias.
Quando nasceu a minha filha tive a oportunidade perfeita de revisitar alguns destes amigos já "turbinados" e fazer novas amizades que duram até hoje ( Sponge Bob ) .
As histórias que nos apresentavam eram por vezes duras : mãe que abandona o filho (Marco); meninas em cadeiras de rodas (Clarinha da Heidi); meninos pobres e entregues à sorte (Tom Sawyer)...e às vezes só o genérico inicial fazia chorar as pedras da calçada
Nos dias de hoje, os entendidos nestas questões diriam que estes desenhos animados eram impróprios para consumo , sob pena de fazer de nós, crianças traumatizadas.
Cá para mim, foram (e são) apenas boa companhia!
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