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A ideia de escrever sobre o tema surgiu há algum tempo.
Não é fácil porque para além de toda a gente (mediáticos incluídos) já ter falado sobre o assunto acho mesmo que se trata de um universo paralelo. Concordo com o Ricardo Araújo Pereira que não sabe se o IKEA vende moveis baratos ou puzzles extremamente caros.
Assim sendo, o que aqui escrevo não traz nada de novo a não ser a minha visão da coisa.
Considero o conceito IKEA uma coisa absolutamente fascinante. Um armazém self service de peças de contraplacado madeira (e não só) que, depois de montadas , dão móveis (e não só) que adornam as casas, lojas , escritórios enfim...de tudo um pouco.
Comecemos pelo catálogo.
Uma 'ssoa tá entretida na sua vidinha quando num qualquer dia de setembro abre a caixa do correio e lá está ele: a bíblia da decoração faça-você- mesmo- e- arranje - um- camadão - de - nerves. Chegamos a casa e começamos a desfolhar . Percebemos que aquele transformer candeeiro ficava mesmo bem na sala. (pagina 216 no lado direito). Por sorte, mas só por sorte , o nome do criador da peça não tem vinte e duas letras , tipo Johannes orucntityuvieagt yqgtyflyiaqcb.
Então? Ainda não sabem qual é o candeeiro?! Dasssss . Tudo eu! Tudo eu! Tomem lá :
Vamos à loja. Só para comprar o candeeiro.
A loja , qual antro de consumo do demóine, tem uns carros medonhos impossíveis de conduzir até pelo Ayrton Senna ,se fosse vivo.
Quando domamos a fera lá vamos nós felizes e contentes pela estradinha tão bem desenhada por forma a que olhemos tudo antes de chegar ao candeeiro.
As salas todas arrumadinhas, as camas todas bem feitas (que me dão vontade de me atirar lá para dentro e desmanchar aquilo tudo), as cadeiras, as mesas, as cozinhas de dois metros quadrados lindas de morrer enfim...é só escolher.
Os sacanas tiveram a habilidade de nos fazerem acreditar que aqueles 237 frascos de vidro fazem uma falta do caraças lá em casa e, como tal, acabamos por levá-los.De caminho levamos também aquela panela castanha muito gira (WTF??? desde quando é que uma panela é gira?!!). Ah, e uns pratos que os nossos já deixaram de ser um serviço para ser um melting pot . E , já agora, uns talheres , pois lá em casa é coisa que evapora com a mesma frequência que as meias na máquina de lavar. E um vaso que a planta está mesmo a precisar. E uma moldura que se partiu há sete meses. E umas velas de baunilha que quando chegam a casa não cheiram a nada que são muitas e baratas.
E pronto. Lá chegamos (finalmente) ao candeeiro. Já podemos ir embora . Mas não sem antes enfardar umas almôndegas de carne duvidosa com puré de batata (?!) que a fome é negra e que , satisfeito o apetite, nos deixarão a arrotar até ao Natal.
Parque de estacionamento , enfiar tudo no carro e ala que se faz tarde que aquele candeeiro vai mesmo ficar um mimo lá na sala e deixar as visitas de boca aberta.
Tira-se tudo da caixa, olha-se para as instruções que não batem certo . Tenta-se uma e outra vez .....e ...o lindo candeeiro termina desta forma :
Ainda bem que trouxe as velas.
P.S- Para mostrar à minha "vizinha " / comentadora Cantinho da Casa que , quando digo que escrevo, é porque escrevo. Aproveito para lhe dar os parabéns pela casa nova. Ficou linda.
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