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Ikea: a fast food do contraplacado

por Pequeno caso sério, em 12.09.16

A ideia de escrever sobre o tema  surgiu há algum tempo.

Não é fácil porque para além de toda a gente (mediáticos incluídos) já ter falado sobre o assunto  acho mesmo que se trata de um universo paralelo. Concordo com o Ricardo Araújo Pereira que não sabe se o IKEA vende  moveis baratos ou puzzles  extremamente caros.

Assim sendo, o que aqui escrevo não traz nada de novo a não ser a minha visão da coisa.

 

Considero o conceito IKEA uma coisa absolutamente fascinante. Um armazém  self service de peças de contraplacado madeira (e não só) que, depois de montadas , dão móveis  (e não só) que adornam as casas, lojas , escritórios enfim...de tudo um pouco.

Comecemos pelo catálogo. 

Uma 'ssoa tá entretida na sua vidinha quando num qualquer dia de setembro abre a caixa do correio e lá está ele: a bíblia da decoração faça-você- mesmo- e- arranje - um- camadão - de - nerves. Chegamos a casa e começamos a desfolhar . Percebemos que aquele transformer  candeeiro ficava mesmo bem na sala. (pagina 216 no lado direito). Por sorte, mas só por sorte , o nome do criador da peça não tem vinte e duas letras , tipo Johannes orucntityuvieagt yqgtyflyiaqcb.

Então? Ainda não sabem qual é o candeeiro?! Dasssss . Tudo eu! Tudo eu! Tomem lá :

 

Vamos à loja. Só para comprar o candeeiro.

A loja , qual antro de consumo do demóine, tem uns carros medonhos impossíveis de conduzir até pelo Ayrton Senna ,se fosse vivo.

Quando domamos a fera lá vamos nós felizes e contentes pela estradinha tão bem desenhada por forma a que olhemos tudo antes de chegar ao candeeiro.

As salas todas arrumadinhas, as camas todas bem feitas (que  me dão vontade de me atirar lá para dentro e desmanchar aquilo tudo), as cadeiras, as mesas, as cozinhas de dois metros quadrados lindas de morrer enfim...é só escolher.

Os sacanas tiveram a habilidade de nos fazerem acreditar que aqueles 237 frascos de vidro fazem uma falta do caraças lá em casa e, como tal, acabamos por levá-los.De caminho levamos também aquela panela castanha muito gira (WTF??? desde quando é que uma panela é gira?!!). Ah, e uns pratos que os nossos já deixaram de ser um serviço para ser um melting pot . E , já agora, uns talheres , pois lá em casa é coisa que  evapora  com a mesma  frequência que as  meias na máquina de lavar. E um vaso que a planta está mesmo a precisar. E uma moldura que se partiu há sete meses. E umas velas de baunilha que quando chegam a casa não cheiram a nada que são muitas e baratas.

E pronto. Lá chegamos (finalmente) ao candeeiro. Já podemos ir embora . Mas não sem antes enfardar umas almôndegas de carne duvidosa com puré de batata (?!) que a fome é negra  e que , satisfeito o apetite, nos deixarão a arrotar até ao Natal.

Parque de estacionamento , enfiar tudo no carro e ala que se faz tarde que aquele candeeiro vai mesmo ficar um mimo lá na sala e deixar as visitas de boca aberta.

 

Tira-se tudo da caixa, olha-se para as instruções que não batem certo . Tenta-se uma e outra vez .....e ...o lindo candeeiro termina desta forma :

 Ainda bem que trouxe as velas.

 

 

P.S- Para mostrar à minha "vizinha " / comentadora  Cantinho da Casa que , quando digo que escrevo, é porque escrevo. Aproveito para lhe dar os parabéns pela casa nova. Ficou linda. 

csscissors.jpg


1 comentário

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De Maria Araújo a 12.09.2016 às 13:34

Querida 'ssoa.
Obrigada pelo post e sem dúvida que faço minhas as suas palavras.
Tem razão em tudo o que diz, tenho as mesmas tentações que a 'ssoa tem, quando vejo aquelas camas tentadoras, as cozinhas , enfim. 
O candeeiro, é giro, já pensei comprar um para o quarto, mas sempre que lá vou penso duas vezes se vala a pena o investimento. O meu é um "vintage" dos anos 70.
Quanto à montagem, as instruções até batem certo,  mas qualquer 'ssoa, eu, por exemplo, desatina quando não atina com o encaixe das peças.
Perco-me muitas vezes na loja, mas também me contenho quando percebo que não é altura de gastar.

Por fim, almoçar no Ikea, almôndegas, não, obrigada.
O arroz de pato, quando há.
É que quando chego a casa, tenho de tomar imediatamente um chá de cidreira (eu cá não gosto de água das pedras)  para não arrotar a pato até ao Natal.
Beijinho


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